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Digital Health

Há alguns dias, perguntei para um amigo, que trabalha na construção civil, como a transformação digital impactará o seu negócio. A resposta em seu ímpeto e sinceridade foi: “Não impactará de maneira alguma, nada irá mudar”! Será?

Postado em 16 de dezembro de 2020

Há alguns dias, perguntei para um amigo, que trabalha na construção civil, como a transformação digital impactará o seu negócio. A resposta em seu ímpeto e sinceridade foi: “Não impactará de maneira alguma, nada irá mudar”! Será?

Ainda em conversa com outros amigos, de diversas áreas de atuação, a conclusão comum é que esse “negócio de transformação digital” vai demorar muito para chegar até nossa realidade. Segundo eles, a Covid-19 foi um outlier que acelerou o trabalho remoto, mas as outras transformações demorarão a chegar. Será?

Faço a mim a mesma pergunta: o quão longe estamos de mudar nossos hábitos e viver o novo mundo transformado pela saúde digital? Estaria mesmo a ficção científica a anos luz de nossa realidade?

O artigo “Want to See the Future of Digital Health Tools? Look to Germany”, publicado em 2 de dezembro de 2020 pela Harvard Business Review, mostra a Alemanha como um exemplo na adoção e difusão de tecnologias digitais na saúde.

A BfArM, Agência Regulatória Alemã, que executa as mesmas funções que o FDA nos Estados Unidos e a Anvisa no Brasil, criou um processo Fast-Track, que nada mais é do que um caminho regulatório acelerado para as empresas levarem seus produtos de digital health ao mercado.

De maneira simples, esse processo facilita o registro para comércio de plataformas digitais, principalmente quando se trata de monitoramento remoto de pacientes.

Como todo produto para saúde, para entrar no mercado, essas novas tecnologias também precisam enfrentar barreiras legais e regulatórias, a fim de demonstrarem que são seguras e eficazes. Além disso, necessitam de comprovações de proteção de dados e segurança da informação, dentre outros requisitos próprios da transformação digital.

Esse caminho é muitas vezes custoso, exaustivo e burocrático, mas exemplos como o da Agência Regulatória Alemã, inevitavelmente, estimularão a geração de novas tecnologias que transformarão a saúde digital pós-Covid-19.

Ainda segundo um relatório da Roland Berger, uma das mais importantes empresas de consultoria do mundo, os gastos globais em digital health atingirão 1 trilhão de euros até 2025.

No Brasil, a realidade é outra. Estamos caminhando de maneira mais tímida, mas já conseguimos perceber singelos avanços. Neste ano, a Anvisa aprovou duas plataformas digitais de telemedicina (tecnologia que ganhou espaço em um ano marcado pelo distanciamento e provavelmente permanecerá dentro dos consultórios médicos).

São pequenos passos diante de todo o potencial que esse universo pode gerar (e já está gerando) dentro do setor de saúde.

Será que estamos tão distantes assim?

Bem, chega de reflexões... Desligo meu iPad e saio apressado para minhas atividades físicas, pois o smart watch já me alertou que não bati as metas do dia!

por Rafael Braile - Diretor do Conselho Estratégico da Apeti (Associação dos Profissionais e Empresas de Tecnologia da Informação)


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