por Yonei Scotelari
Faço parte dos Baby Boomers: quem nasceu nas décadas de 50 e 60 e viu a tecnologia chegar e se inserir, de forma irreversível, em nossas vidas. Nesta época, e ainda nas três décadas seguintes, a tecnologia era um privilégio de poucos. Nos últimos 20 anos, se tornou tão indispensável como a energia elétrica e a água.
Em um pequeno intervalo de tempo, presenciamos uma torrente de inovações e o mercado, como um todo, foi impactado, mas quero falar do mercado de Tecnologia da Informação, pois é onde atuo desde 1999.
Meu foco é o jovem que está entrando no mercado de trabalho agora. Mão de obra qualificada é escassa em qualquer área, mas na área de TI ela é um ativo raro, caro e altamente disputado. O empresário entendeu que precisa sair da posição de quem apenas anuncia vagas e aguarda currículos. É preciso agir e garimpar talentos ainda jovens e formá-los dentro das competências necessárias.
O estágio era uma oportunidade que o empresário oferecia aos jovens que queriam ingressar no mercado de trabalho. Com o tempo, este ingresso começou a ser estimulado e incorporado como obrigação na grade curricular das universidades, passou a ter regras claras e valores definidos em lei para as empresas que optassem por abrir seus quadros para os jovens entrantes.
As empresas, hoje, entendem que é preciso contribuir com este processo de formação profissional e incorporaram os custos dessa capacitação. Projetos sensacionais estão custeando formação, qualificação e ampliação das competências profissionais. Essa capacitação, além dos conteúdos técnicos, tem contemplado ações que estimulam o engajamento para ampliar o senso de pertencimento desse jovem e seu envolvimento com a cultura da empresa e assim reter talentos por mais tempo.
Na Apeti, estamos muito engajados em participar deste processo. As ações da Pasta Social visam oferecer capacitação para jovens de baixa renda. A consciência da importância desta vertente de ação uniu empresas, universidades, instituições e poder público que decidiram trabalhar, de forma complementar e sinérgica, para contribuir com a qualificação de jovens que, de outra maneira, talvez não alcançassem as competências necessárias para pleitear uma vaga no mercado de TI.
Entendemos que competências técnicas são essenciais, mas competências subjetivas têm se tornado cada vez mais importantes. Meritocracia, autorresponsabilidade, honestidade, ética e o respeito ao tempo, aos limites e a visão do outro precisam ser resgatadas e estimuladas.
O jovem deve ficar atento e entender que estes são diferenciais competitivos muito valorizados por todas as empresas. Estas, por sua vez, devem entender que estão incluídas no rol de atores que participam do processo de qualificação de pessoas, contribuindo para elevar o patamar de competências que permeiam o mercado de trabalho e assim impactar positivamente toda a sociedade.
É nessa linha que nós, da APETI, estamos trabalhando. Estamos formatando projetos e fortalecendo parcerias para oferecer aos jovens capacitação de qualidade nas competências técnicas e soft skills. Quer participar deste processo? Entre em contato com a APETI.
Yonei Scotelari, Diretora da Pasta Social da APETI (Associação dos Profissionais e Empresas de Tecnologia da Informação)
https://www.diariodaregiao.com.br/opiniao/artigos/todos-remando-na-mesma-direc-o-1.1935941