M&A: significado e como ocorre o processo
22 de junho de 2023
M&A é uma estratégia que faz parte da trajetória de muitas startups. Neste texto, falamos tudo sobre M&A: significado, tipos, motivos para fazer e muito mais!
Você já ouviu o termo “M&A” e se perguntou o que ele significa? Se sim, vai gostar de saber que essa é a sigla para “Merger and Acquisition” — ou “Fusão e Aquisição”, em português —, uma expressão amplamente utilizada no mundo dos negócios e que tem ganhado destaque no cenário das startups brasileiras.
As operações de M&A tornaram-se uma estratégia empresarial importante, já que faz parte da trajetória de muitas startups a busca por oportunidades de serem vendidas ou por investidores, o que torna esse tema super-relevante na atualidade.
Sabendo disso, preparamos este artigo com tudo sobre M&A: significado, tipos de fusão e aquisição, benefícios dessa estratégia e como ocorre o processo. Continue lendo para conferir!
M&A: significado
A sigla M&A, abreviação de "Mergers and Acquisitions", diz respeito a estratégias de negócios envolvendo a união de duas ou mais empresas em uma única entidade (fusão) ou a compra de uma empresa por outra (aquisição).
Essas operações são realizadas com o objetivo de criar sinergias, aumentar a capacidade de produção, entrar em novos mercados ou adquirir novas tecnologias e competências.
No contexto das startups, M&A pode ser uma maneira valiosa de acelerar o crescimento do negócio, consolidar sua posição no mercado ou ainda representar uma saída estratégica para os fundadores e investidores.
Por exemplo, uma startup inovadora com uma tecnologia promissora pode ser adquirida por uma empresa maior que busca incorporar essa tecnologia em seu portfólio de produtos.
As M&As podem ser uma rota complexa e desafiadora. Porém, com planejamento e execução feitos de forma correta, elas têm o potencial de oferecer benefícios substanciais para todas as partes envolvidas.
Tipos de M&A
As M&As podem ser classificadas de várias formas, dependendo do setor, do tamanho das empresas envolvidas e do tipo de acordo. As principais são:
- Fusão horizontal: ocorre quando duas empresas do mesmo setor se unem com o objetivo de aumentar a cota de mercado ou criar sinergias operacionais.
- Fusão vertical: acontece quando duas empresas de diferentes estágios na mesma cadeia de produção se fundem. A intenção é, muitas vezes, aumentar a eficiência ou garantir o controle de uma cadeia de suprimentos.
- Fusão conglomerada: ocorre quando duas empresas de setores totalmente diferentes decidem se unir, o que é feito principalmente para diversificar o negócio.
- Aquisição amigável: quando a empresa-alvo está disposta a ser comprada.
- Aquisição hostil: quando a empresa-alvo não quer ser comprada.
Motivos para fazer M&A
As operações de M&A podem proporcionar uma série de benefícios estratégicos e financeiros. Primeiramente, as fusões e aquisições permitem que as empresas cresçam mais rapidamente, adquirindo novos ativos, tecnologias ou competências, sem a necessidade de desenvolvê-los internamente. Isso pode ser especialmente vantajoso em setores de alta tecnologia e em rápida evolução, nos quais a inovação é a chave para o sucesso.
Em segundo lugar, M&A pode ser uma forma eficaz de entrar em novos mercados ou expandir a cota existente. Ao adquirir uma empresa que já opera em um nicho desejado, a organização compradora pode aproveitar a base de clientes existente, as relações com os stakeholders e o conhecimento do mercado da empresa adquirida.
Por fim, M&A é uma estratégia de saída lucrativa para os fundadores de startups e seus investidores. Muitas vezes, uma aquisição por uma grande empresa pode oferecer retornos significativos sobre o investimento inicial, ao mesmo tempo em que proporciona à startup acesso a recursos e capacidades que ela não poderia alcançar sozinha.
Etapas do processo
O processo de M&A ocorre por meio de algumas etapas:
1. Planejamento e pesquisa
O primeiro passo em qualquer processo de M&A é a fase de planejamento e pesquisa. Nessa etapa, a empresa que deseja adquirir outra (a empresa adquirente) identifica possíveis alvos para a aquisição e realiza uma análise detalhada para avaliar a viabilidade da operação.
Isso envolve estudar o mercado, a concorrência e a situação financeira do alvo e avaliar a compatibilidade cultural entre as empresas.
2. Abordagem e negociação
Após identificar um alvo adequado, a empresa adquirente faz uma abordagem inicial. Se o interesse for mútuo, as duas partes começam as negociações, discutindo os termos do acordo, incluindo o preço de compra e a estrutura do negócio.
3. Due diligence
Uma vez que os termos preliminares são acordados, a empresa adquirente realiza uma "due diligence", ou diligência prévia. Esse é um processo detalhado de investigação da empresa-alvo, que pode incluir a revisão de documentos financeiros, contratos, registros de clientes, questões legais e de propriedade intelectual, entre outras coisas.
4. Fechamento do acordo
Se a due diligence não revelar nenhum problema significativo, as partes prosseguem para finalizar o acordo. Isso envolve a preparação e a assinatura de contratos de aquisição, a realização de pagamentos e a satisfação de quaisquer condições restantes.
5. Integração
A última etapa do processo de M&A é a integração das duas empresas. Essa fase pode ser um desafio, pois envolve a combinação de duas culturas organizacionais diferentes, a integração de sistemas e operações e a comunicação eficaz para garantir uma transição suave para os funcionários e clientes.
Cada um desses passos tem suas complexidades e desafios. Por isso, as empresas geralmente buscam o conselho de consultores financeiros, advogados e outros profissionais experientes em M&A para ajudar no processo.
Cenário de investimentos em startups no Brasil
O Brasil está emergindo como um importante polo de inovação e empreendedorismo, com um crescente número de startups atraindo investimentos. Somente em 2022, as startups brasileiras levantaram um recorde de quase US$ 5,2 bilhões em capital de risco, mais do que o dobro do valor do ano anterior.
Esse crescimento tem sido impulsionado por uma série de fatores, incluindo um ambiente regulatório favorável, o surgimento de uma forte cultura de empreendedorismo e o interesse de investidores estrangeiros. Além disso, a pandemia da covid-19 acelerou a digitalização de muitos setores da economia, criando novas oportunidades para as startups.
De acordo com um levantamento recente citado pela Suno Research, no primeiro trimestre de 2023, foram realizadas 135 operações de investimentos em startups brasileiras. Isso representa um decréscimo em relação ao mesmo período do ano anterior, mas a quantia total de investimentos ainda é bastante significativa, alcançando a marca de R$ 1,7 bilhão.
Esses números mostram que, apesar da flutuação, o Brasil continua sendo um palco atrativo para investidores interessados em startups. As startups brasileiras têm se destacado em diversos setores, como tecnologia, saúde, educação e finanças, atraindo o interesse tanto de investidores nacionais quanto internacionais.
No entanto, é importante notar que o investimento em startups também envolve riscos. A natureza volátil do mercado desse setor, aliada a fatores como a situação econômica do país e a maturidade do ecossistema de startups, pode resultar em períodos de menor investimento.
Por isso, é crucial que as startups tenham uma estratégia sólida e estejam bem-preparadas para navegar nesse cenário em constante evolução.
Como preparar a startup para uma aquisição
Para as startups que estão buscando aquisição, existem várias etapas que podem ajudar a preparar a empresa para o processo de M&A.
Em primeiro lugar, é importante entender claramente o valor da sua empresa para um potencial comprador. Isso inclui identificar suas principais competências, ativos de propriedade intelectual, posição de mercado e outras vantagens competitivas.
Em segundo lugar, é crucial ter uma governança corporativa sólida e transparência financeira, o que significa ter controles internos fortes, auditorias financeiras regulares e uma gestão eficaz.
Ter um bom conselho de administração, composto por membros experientes e respeitados, também pode aumentar a credibilidade da startup aos olhos dos potenciais compradores.
Também é vital ter uma estratégia de saída clara e um plano de integração pós-aquisição. Assim, sua empresa estará sempre preparada para identificar possíveis obstáculos relacionados à integração e desenvolver um plano para superá-los.
Além disso, também temos algumas outras dicas para você:
- Desenvolva uma Proposta Única de Valor (PUV): ter uma proposta de valor única e clara pode tornar a sua startup mais atrativa para potenciais compradores. Isso significa entender o que torna a sua empresa única no mercado e como ela se diferencia da concorrência.
- Estabeleça processos claros: as empresas que possuem processos claros e bem-documentados são mais atraentes para os compradores, pois isso facilita a transição após a aquisição.
- Mantenha a saúde financeira: um balanço sólido e uma boa saúde financeira são fatores que os investidores levam em consideração na hora de avaliar uma aquisição. Ou seja, ter um controle apurado sobre as finanças da empresa, incluindo vendas, despesas e lucros, é essencial.
- Construa uma equipe forte: uma equipe competente e engajada é um ativo valioso para qualquer investidor. Isso porque eles procuram empresas que não dependam exclusivamente do empreendedor, mas que possuam um time capaz de levar o negócio adiante.
- Esteja preparado para due diligence: a due diligence é um aspecto essencial do processo de M&A. Então, esteja preparado para fornecer toda a documentação necessária e para responder a perguntas detalhadas sobre todos os aspectos do seu negócio.
- Procure orientação especializada: o processo de M&A pode ser complexo e é sempre recomendável procurar a orientação de consultores especializados, como advogados e consultores financeiros, para auxiliar durante todo o processo.
Ah! E lembre-se: cada aquisição é única e o que funciona para uma startup pode não funcionar para outra. Assim, é crucial entender as especificidades do seu negócio e do mercado em que está inserido para preparar-se efetivamente para uma aquisição.
Papel do investidor-anjo
O investidor-anjo é, em geral, um profissional ou empresário experiente que investe parte de seus recursos em empresas nascentes, com alto potencial de crescimento.
Um aspecto marcante do investidor-anjo é o seu envolvimento pessoal no desenvolvimento da startup. Diferentemente de investidores tradicionais, o anjo muitas vezes atua como mentor para o empreendedor, oferecendo orientação estratégica e compartilhando sua rede de contatos. Essa contribuição é conhecida como smart money, ou seja, dinheiro acompanhado de suporte e aconselhamento.
Além disso, o investidor-anjo também assume um papel importante na mitigação de riscos. A diversificação de sua carteira de investimentos permite que ele tolere a possibilidade de perda total do investimento em uma startup, desde que outras em sua carteira tenham sucesso.
Esse tipo de investidor pode ser especialmente valioso para novos negócios que estão se preparando para um processo de M&A. Afinal, ele pode ajudar a startup a se preparar para a due diligence, a negociar os termos do acordo e a navegar pelo processo de integração após a aquisição.
Também vale salientar que o investidor-anjo é movido não apenas pelo potencial de retorno financeiro, mas também pela vontade de apoiar inovações e contribuir para o desenvolvimento do ecossistema empreendedor.
Em conclusão, os investidores-anjo desempenham um papel de protagonismo no ecossistema das startups, fornecendo capital, orientação e suporte para ajudar as novas empresas a crescerem.
Em direção a um futuro promissor com M&A
Neste artigo, você viu tudo sobre M&A: significado, como ocorrem, quais são os principais tipos, como preparar sua empresa para dar o primeiro passo e muitas outras informações essenciais sobre o tema.
O processo de M&A é uma ferramenta estratégica poderosa para o crescimento e a inovação, oferecendo oportunidades significativas tanto para startups quanto para empresas estabelecidas. No Brasil, o aumento do investimento em startups e o ambiente favorável de negócios indicam um futuro promissor para M&As no setor de tecnologia.
No entanto, o sucesso em M&A requer planejamento cuidadoso, preparação e uma compreensão clara do valor que cada parte traz para a mesa. Para as startups, a preparação para uma potencial aquisição pode ser uma jornada desafiadora, mas recompensadora, que pode abrir a porta para novas oportunidades.
Agora, como tudo começa com uma ideia e é necessário entender como vendê-la, que tal conferir o nosso artigo "Como fazer um pitch? 10 dicas para você vender sua ideia”?
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Tem tanta coisa maluca acontecendo no mundo que as pegadinhas de 1º de abril ficaram realistas demais. O Dia da Mentira virou descanso. Um dia em que, enfim, a gente sabe que está sendo enganado (e ri disso). Mas às vezes, é o contrário que acontece: algumas ideias parecem mentira, e ainda assim, mudam tudo.

Neste programa, publicado em 01 de março, recebo Gerson Pedrinho e João Paulo, presidente e vice-presidente da APETI (Associação dos Profissionais e Empresas de Tecnlogia da Informação) para falarmos sobre a instituição, sua história, projetos e planos futuros. Créditos: https://www.samilo.com.br/entrevista-com-gerson-e-joao-paulo-cbn-grandes-lagos