Essas questões estão mais próximas da realidade do que nunca. Com a aprovação do projeto de lei sobre Inteligência Artificial pelo Senado Federal em 10 de outubro de 2024, o Brasil ingressa em uma nova era de regulação, que afeta diretamente empresários e profissionais de TI.
A seguir, apresentamos uma análise aprofundada sobre os principais aspectos do marco regulatório, com exemplos concretos, implicações práticas e estratégias para adaptar seus negócios ao novo cenário.
O QUE FOI APROVADO NO BRASIL (SENADO)
Obs: o projeto ainda será debatido na câmara dos deputados
Centralidade da Pessoa Humana
O marco regulatório estabelece como princípio fundamental que a dignidade, os direitos fundamentais e o bem-estar do ser humano devem estar no centro do desenvolvimento e uso de sistemas de Inteligência Artificial (IA).
Citação Legal: Artigo 2º, inciso I: “O desenvolvimento, a implementação e o uso de sistemas de inteligência artificial no Brasil têm como fundamentos: I – a centralidade da pessoa humana.”
Classificação e Regulação de Riscos
A nova legislação classifica sistemas de IA por níveis de risco. Aqueles considerados de alto risco, como sistemas em saúde, justiça e segurança, estão sujeitos a regras rigorosas.
Citação Legal: Artigo 17, §1º: “São considerados sistemas de inteligência artificial de alto risco aqueles utilizados para as seguintes finalidades: [...] educação, recrutamento, justiça, saúde.”
Avaliação de Impacto Algorítmico
Sistemas de alto risco deverão passar por avaliações obrigatórias para mitigar riscos aos direitos fundamentais.
Citação Legal: Artigo 18, §1º: “A avaliação de impacto algorítmico deverá verificar os riscos aos direitos fundamentais conhecidos e previsíveis, os benefícios do sistema e as consequências adversas.”
Proteção de Direitos Autorais
A legislação permite o uso de obras protegidas por direitos autorais exclusivamente para fins acadêmicos ou de pesquisa, sem fins comerciais.
Citação Legal: Artigo 22, §1º: “Os conteúdos protegidos por direitos autorais poderão ser utilizados exclusivamente para fins de pesquisa, desde que obtidos de forma legítima e sem fins comerciais.”
https://www.tecmundo.com.br/software/294467-dublador-wendel-bezerra-bo-policia-uso-ilegal-voz-ia.htm
Sistemas Proibidos
O texto proíbe sistemas que:
Citação Legal: Artigo 23, §1º: “É proibido o desenvolvimento ou uso de sistemas de inteligência artificial com o objetivo de induzir comportamentos que coloquem em risco a saúde, segurança ou direitos fundamentais.”
Direitos dos Afetados
Pessoas impactadas por decisões automatizadas têm direito a:
Citação Legal: Artigo 28, §1º: “As pessoas afetadas por sistemas de inteligência artificial têm assegurado o direito à explicação, contestação e revisão humana.”
Um exemplo poderia ser a complexidade de avaliação de aprendizagem de estudantes, e não apenas interpretação de testes objetivos https://abmes.org.br/blog/detalhe/18848/a-complexidade-de-avaliar-a-aprendizagem-dos-estudantes-no-contexto-da-ia
CONCLUSÃO
O novo marco regulatório é algo que, ainda que adiado, é inevitável (tal como a responsabilidade das plataformas digitais e o Art. 19 do MCI). Empresários e profissionais de TI devem agir rapidamente para adaptar suas operações. Assim como a tecnologia evolui, sua aplicação deve se alinhar às regras. Afinal, talvez o pragmatismo seja o maior aliado em momentos como esse.
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